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5 de out. de 2010

Digitalizações de um rugido ancião


Depois de duas décadas amparado em riff´s e melodias do genial Zakk Wild, Ozzy Osbourne tenta se livrar das linhas que remetem diretamente seu som aos trabalhos de Wild com o Black Label Society, banda que inclusive abriu a última passagem do Mr. Mad Man pelo Brasil.

Sem desfrutar de músicos de extrema qualidade, frente às últimas formações, que contaram entre outros com Rob Trujillo (ex- Suicidal Tendencies e Metallica) e Mike Bordin (Faith No More), Ozzy que há anos não inova, segue, sem excessos, arriscando adequações contemporâneas como overdubs em seus vocais.

A voz de Ozzy continua com o mesmo tom anasalado de sempre, mas o abuso de efeitos sobre sua voz, ao mesmo tempo em que o aproximam das linhas de guitarra, o tornam um vocalista refém de recursos digitais impensáveis nos idos de Sabbath.

A qualidade do letrista continua inquestionável, tal qual sua performance ao vivo (com base no show da turnê de ‘Black Rain’ vista em 2008 em São Paulo), que, cá pra nós, nunca foi algo tão cativante em termos de postura de palco.

Durante a audição de Scream me peguei pensando em como devem ter sido longas e desgastantes as gravações dos registros vocais de Ozzy. Sinceramente não consigo imaginar que ele consiga potencializar toda a energia que imprime no álbum sem auxílio de bons produtores.

Diante disso, me recordo dos rumores sobre uma possível reunião da formação original do Sabbath para gravação de um álbum de inéditas. Fica a indagação, não seria melhor ficar sem correr o risco de manchar uma história já sacramentada como divina (por mais contraditório que possa parecer)?

Este escriba permanece sonhando em ver o Black Sabbath ao vivo com sua formação original, tal qual ocorreu na época do Reunion, mesmo porquê, talvez seja impossível que um iminente fracassado disco de inéditas apague o legado macabro de Bill Ward, Geezer Buttler, Tommy Iommy e Ozzy Ousbourne.

+ Página oficial de Ozzy Osbourne

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