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25 de out. de 2010

2010: Ano Pilatos

Lavam-se as mãos, ficam-se os dedos (e anéis).

Tempos atrás, em meu perfil no twitter, vivia condenando 2010 a ser o Ano Pilatos, ou seja, o ano do "lavo minhas mãos".

Itaúna/MG

Dizia isso motivado por acontecimentos políticos (e politiqueiros) na minha cidade natal: Itaúna, interior de Minas Gerais. Por lá paira no ar a sensação de impotência da população diante das safadezas de um Executivo falho e obscuro, investigado em várias esferas, mas, ainda, detentor de poder político para impor sua vontade, doa a quem doer. Incomoda também a lentidão do Judiciário e os espasmos e convulsões do Legislativo.

Mas a esfera de Itaúna, mesmo sendo grave, é micro ante outros pontos que precisam ser apontados: STJ empatando votações. Isso é o cúmulo, não? Mas no país da Independência comprada, decisões como essa são quase que pré-requisitos para a oficialização de cenários como esse nas atas do processo político brasileiro.

Distrito Federal

Parece que o oba-oba é generalizado. No Distrito Federal, por exemplo, além da vergonha que ofuscou a comemoração dos 50 anos de Brasília (José Roberto Arruda que o diga) temos agora Weslian Roriz, a mulher-laranja. E o melhor é que quando se vota nela, na urna eletrônica aparece a foto do marido, Joaquim Roriz (inelegível pelo Ficha Suja). Aberração atrás de aberração. E o TSE? Lavando as mãos.

Rio de Janeiro

Tempo estranho no Distrito Federal e mares revoltos no Rio, onde o candidato tucano José Serra criou uma tempestade em copo d'água ao ser atingido por uma coisa que só a Rede Globo conseguiu mostrar ter existido. Seu vice, Índio da Costa, disse que o objeto teria "uns dois quilos". 

Poxa! Se um objeto de dois quilos acerta uma cabeça velha, frágil e antediluviana como a do Serra, ele não estaria vivo contando histórias e papos. Além disso, muita água passou debaixo da ponte no Rio e muita coisa tem que ser investigada. Acusações sopraram para todos os lados.

E mais...

Por mais que se evite falar, muito ainda deve ser explicado pelo presidenciável José Serra em relação ao tal Paulo Preto, homem forte seu no Dersa e um dos "homens de confiança" na gestão das obras do Rodoanel (obras milionárias, aliás).

Da mesma maneira, Dilma Rousseff não convenceu com o "Erenice errou!", mas, pelo menos, neste caso, sabe-se onde começa o problema. Espera-se agora, com rigor, a solução.


Em Goiás correm de um lado para o outro censurados e opressores. Jornalista filiado ao PSDB pede demissão ao vivo, informando não concordar com censuras a que vinha sendo exposto seu trabalho.
Além disso, houve investigação da Polícia Federal em torno do tucano Marconi Perillo, candidato ao governo estadual.

Sabemos que as Eleições 2010 têm tirado o tempo, o sono e até o ânimo de muita gente. Mas, convenhamos, não pode o brasileiro lavar suas mãos para este monte de escândalos que estão sendo vomitados na mídia, de ambos os lados (Dilma e Serra).

Já que há tanta acusação de todos s os lados, terminadas as Eleições, o povo não pode se desmobilizar. Tem que levar à frente tudo que lhe foi jogado na cabeça pelos presidenciáveis e demais candidatos estaduais. E, com certeza, muita sujeira veio e virá à superfície.

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