Sombras de Impérios
Impressiona o andar estranho que a cidade impõe. Torna-nos cúmplices de monstruosidades acobertadas pelas sombras dos arranha-céus. E, tragados pelo tempo mecanizado, resta-nos sentir e seguir, em um involuntário movimento de egoísmo acelerado pelo passo do progresso.
Afastamo-nos, aos poucos, de nossos sentimentos mais nobres, coincidentemente transformados em salvo-conduto para nosso sono ao cair da noite. Afastamo-nos, aos montes, de nossa humanidade, marcados e imperializados. Preocupados em servir ao sistema antes que ele se desfaça de nós e nos transforme no mesmo objeto de estranhas visões e mais estranhas ainda sensações.
Mundo afora abalam as estruturas, jogam os jovens na rua, com pedras e garrafas na mão, vítimas taxadas de culpadas pela própria muralha que segura-os em suas vontades, imperializa-os todos, arranca suas verdades e fazem naufragar a nau antes mesmo que contemple o horizonte.
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